A 22 de Agosto, a Igreja celebra na liturgia Nossa Senhora Rainha. Por isso, é Solenidade no nosso Carmelo da Rainha do Mundo!
Com muito alegria, partilhamos parte da linda homília do nosso querido Capelão, Senhor Padre Luís Gonzaga, pois é excelente síntese à Realeza de Virgem Maria, Mãe do Príncipe da Paz e do Reino do Amor que Ele nos oferece viver!
Pio XI criou, em 1925, a solenidade de J. Cristo Rei e Senhor do universo. Após a 1ª G Guerra, a Igreja via como necessário reafirmar a soberania real de Jesus e dos seus ensinamentos, num mundo que se ia afastando cada vez mais do Senhor. Em 1919 Mussolini criara um partido fascista, ideologia que prestava um culto exacerbado ao líder (Dux).
A festa de hoje foi instituída pelo Papa Pio XII em 1954, após a 2ª guerra mundial, para venerar Maria como Rainha tal como se faz com o seu filho, Cristo Rei. Maria é Rainha por ser Mãe de Jesus, Rei do universo.
O Concílio, Vat II, depois de ter recordado a Assunção da Virgem «à glória na totalidade do seu ser», afirma que foi «exaltada por Deus como Rainha do universo, para assim se conformar mais plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores, vencedor do pecado e da morte» (LG, 59).
Pio XII, na Encíclica “Rainha elevada ao Céu”, indica como fundamento da realeza de Maria, além da maternidade, a cooperação na obra da redenção. Estabelece depois uma analogia entre Maria e Cristo, a qual ajuda a compreender o significado da realeza da Virgem: Cristo é rei não só porque é Filho de Deus, mas também porque é redentor; Maria é rainha não só porque é Mãe de Deus, mas também porque, associada como nova Eva ao novo Adão, coopera na obra da redenção do género humano» (AAS 46, 635).
Citando a Bula “Deus inefável”, de Pio IX, o papa Pio XII põe em evidência a dimensão materna da realeza da Virgem: «Tendo por nós um afecto maternal e empenhada na nossa salvação, Ela estende a todo o género humano a sua solicitude. Estabelecida pelo Senhor como Rainha do céu e da terra, elevada acima dos Anjos e dos Santos, ao sentar-se à direita do seu único Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, Ela obtém aquilo que pede com as suas súplicas maternas » (AAS 46 [1954] 636-637).
Maria, no seu estado glorioso, ficou ainda mais próxima e solícita dos filhos que cuida. Ela conhece a nossa existência e sustenta-nos com amor materno nas provas da vida.
Elevada à glória celeste, Maria dedica-se totalmente à obra da salvação, para comunicar a cada vivente a felicidade que, de graça, lhe foi concedida. É uma Rainha que dá tudo aquilo que possui, comunicando sobretudo a vida e o amor de Cristo.
1ª Leitura: Isaías recorda que o mistério da salvação foi anunciado pelos profetas no Antigo Testamento. A situação do povo de Deus iria melhorar, pela graça de Deus. Israel, exilado, experimentava, então, o peso de um fardo pesado imposto pelo opressor. Vivia-se em tempo de guerra e sangue derramado. Mas iria surgir um tempo de alegria e júbilo. Estava para nascer um novo dia vencedor das trevas que faria rejubilar o povo do Senhor. Tudo isto se ficaria a dever a «um Menino prestes a nascer, um filho, um príncipe. Ele irá, diz o profeta, estabelecer a justiça e a paz para sempre. Maria é a mãe desse Menino que nos é dado: Jesus. Ele é o príncipe que traz a libertação do seu povo e ela a Rainha que dá à luz o Filho do Pai Eterno.
Olhar para Maria e chamá-la de Rainha é reconhecer o seu papel na obra de salvação de Deus realizado em Jesus. Chamá-la Rainha é, também, reconhecer o seu papel na vida de Jesus.
Lc 1, 26-38 Lucas oferece-nos, no trecho evangélico, a descrição teológica do nascimento de Jesus. O tempo é de espera nas promessas messiânicas; o lugar é a casa de uma jovem desposada com José, na aldeia de Nazaré, na Galileia. O diálogo revela a proposta de um Deus que quer nascer do «sim» de uma mulher não tocada pelo pecado. O desafio é a entrega incondicional a um projecto que só um coração puro consegue acolher. O mistério é um menino a quem deve ser posto o nome de Jesus, “Deus salva”, que sendo filho de mulher, é, em primeiro lugar, filho de Deus. A resposta dela só tem a segurança, a da fé: acreditar nas palavras do anjo e esperar que se cumpram. Outros acreditaram, ela, a jovem, também acredita e pode já contemplar o início da promessa na sua prima Isabel que espera o precursor.
Maria, Rainha, convida-nos a acreditar com a mesma liberdade. Ela mostra-nos o caminho simples da fé, que consiste em deixar o coração ser iluminado pelas palavras do anjo e repetir continuamente “faça-se em mim”…Louvado seja NSJC…